8.Dezembro.1894 - 8.Dezembro.1930
Languidez
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
'...Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo p'ra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!...'
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
'...Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo p'ra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!...'
«parnasiana, de intenso acento erótico feminino, sem precedentes na Literatura Portuguesa.
Vacilando entre a moral e o preconceito, a beleza própria da poesia de Florbela recebeu pouco mais do que incompreensão, em vida e manipulação em morte, durante cerca de 40 anos.»
Florbela Espanca, lembramos hoje e sempre os dias do seu nascimento e da sua morte. Precursora dum erotismo poético, no seu tempo. Uma grande poetisa. Uma grande mulher. Um grande exemplo!
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