Compro tudo já feito
Uso gravata encarnada
E levo tudo a direito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada
Já tive vida de casado
Mas puseram-me a mala na escada
Aaaaaaaiiii...
Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Com trabalho não me ajeito
Uso gravata encarnada
O meu tempo é pensar e a ver
O que menos posso fazer
Para o pirolím cantante
E logo a seguir a uma tanga
Sai depois uma zanga
Fico olhando mais adiante
Ao atravessar o largo da estiva
Ajeito os punhos da camisa
Aaaaaaiiiii...
Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Tenho o mesmo direito
De aspirar o ar da brisa
Na casa de fado ao lado
Do meu sótão forrado
com figuras bizarras
É pr'onde eu levo as garinas
Onde as papo clandestinas
Gemendo os sons de guitarras
E foi aí que aconteceu
Nem quis crer no que aquilo deu
Aaaaaaaaiiiii...
Eu que levo tudo a direito
Nesse dia que enjeito
O tesão se perdeu.
Mas logo busquei a solução
Não se perde o homem não
Quando o não tem direito
Abri-lhe as pernas ao meio
Sessenta-e-nove sem mais paleio
O bigodinho fez-me jeito
E sempre daí em diante
Não mais passei pelo minguante
Aaaaaiiiiii...
Agora, largo ou estreito
Vai tudo a preceito
Logo depois do voo rasante.
Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
O minete não rejeito
Não mais me falhou nada
Afundo de queixo no estreito
O bicho avoluma no peito
E depois vai de enfiada
Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada
E compro tudo já feito.
Levo tudo a direito
Uso gravata encarnada
Charlie
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