Não lamentes, oh Nise, o teu estado;
Puta tem sido muita gente boa;
Putíssimas fidalgas tem Lisboa,
Milhões de vezes putas têm reinado:
Dido foi puta, e puta d'um soldado;
Cleópatra por puta alcança a c'roa;
Tu, Lucrécia, com toda a tua proa,
O teu cono não passa por honrado:
Essa da Rússia imperatriz famosa,
Que inda há pouco morreu (diz a Gazeta)
Entre mil porras expirou vaidosa:
Todas no mundo dão a sua greta:
Não fiques pois, oh Nise, duvidosa
Que isso de virgo e honra é tudo peta.
E tu, já te inscreveste para afundares no 6º Encontra-a-Funda? Só se arrepende quem não vai...
Entretanto, o Zé ode o Bocage (ah, valente!):
se faz a escrita. Não se faz um verso.
Tem de correr no corpo dos poemas
o sangue das artérias do Universo.
Cada palavra há-de ser um grito.
Um múrmurio, um gemido, uma erecção
que transporte do humano ao infinito
a dor, o fogo, a flor, a vibração.
A Poesia é de mel ou de cicuta?
Quando um Poeta se interroga e escuta
ouve ternura, luta, espanto ou espasmo?
Ouve como quiser seja o que for
Fazer poemas é escrever amor
e poesia o que tem de ser é orgasmo.
Dão-se alvíssaras!"
O Bartolomeu também gosta de andar de mote:
coisa que andava perdida
não me digas Zé, que na refrega
perdeste a cona fodida?
Bocage, há bem mais anos
não as perdia assim
Fodia-as sem causar danos
do princípio até ao fim
E tu, meu nobre Zé
ilustríssimo gramatical
já deste uma foda de pé
enquanto lias o manual?
já comeste um bom rabinho
alçado entre duas nalgas?
ou lambeste o bom grelinho
sem dares fifias ou negas?
Meu bom amigo José
tanto sabes de fonemas
agiganta-te, bate o pé
fode brancas e morenas
porque aqui, na afunda São
só não fode cona o Nelinho
não por ele não ter tesão
mas porque lhe foi pró rabinho"
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