«Palavras Mutantes» inclui vários poemas que já tínhamos apreciado aqui, como este, que vale sempre a pena reler (sem interrupções):
Já li poemas eróticos com palavras tão complicadas
Que entre o decifrar da cópula e a busca do dicionário
Perdi o tesão de ler!
Já li poemas, que supunha de amor
Em que no fim fiquei a pensar:
Afinal... Ele disse: Eu amo-te...?
Ou o gajo odiava a gaja?
Posso ser simplista
Conhecer poucas palavras
Ser até considerada inculta.
Mas quando a palavra é
Tão intelectualizada
Complicada e racionalizada
Que precisa ser decifrada
Fecho o livro
Digo merda
Mando quem escreveu
Para o raio que o parta
Precisava complicar tanto
Que perdi o tesão de ler?
E o arrepio na espinha quando leio este poema, que não conhecia ainda?
Sabes a leveza da brisa quando toca nas flores?
O sabor morno do suor num dia quente de Agosto?
O trovejar abafado da tempestade que longe
Quase foi?
Quase era?
Sabes da vontade que cresce no ventre?
Se torna arrepio e se torna corrente
Que sobe no peito que fica nas coxas?
Esperando...
Os teus dedos brisa num dia de Agosto,
O ar morno que exalas bebendo o meu gosto
E o trovejar abafado entre as minhas
E as tuas pernas.
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