2 de julho de 2004

Silenciosamente - Ana

Não tiveste coragem para ficares comigo mas eu não aguentei e quando me decidi ir até ti, encontrei-te numa pose indecente.
Pareceu-me que havias brincado, sozinho, e estavas silenciosamente a dormir, angelical como um menino em corpo de homem estoirado.
Chamei-te um figo e sem resistência comecei a beijar-te o corpo todo, lambi-te a barriga e desci enquanto te puxava a roupa, te tirava a pele. Sem contar, o teu amigo ouviu um som, mexeu-se e disse qualquer coisa. Talvez tenha escutado um suspiro ou os meus beijos molhados e o pudor fez-me parar. Não tive indecência para continuar, descaradamente, a lamber-te enquanto dormias ou fingias...
Desisti e voltei para o meu chão frio, para o lado de alguém que eu não podia agarrar.
Estendida no chão frio, repousava o corpo excitado e, de repente, abri os olhos e vi-te. Senti os teus dedos puxarem os meus e levaste-me para a casa de banho.
Não se ouvia um ruído. Fechámos a porta e encostaste-me à parede, enquanto me rasgavas o decote da blusa vermelha. Essa língua húmida deslizou pelas minhas formas perturbadas, reafirmadas, enquanto o meu pé desatava os cordões do teu pijama. Apoiei-o no móvel e deixei-te vires ainda para mais perto de mim...
Entraste pelo calor dentro, levantaste-me os braços e prendeste-os com as tuas mãos enquanto te mexias dentro de mim. Por essa altura já as nossas peles escorregavam uma na outra e pela parede escorria suor, depois pelo lavatório e até pelo bidé. Sem previsibilidade, de um momento para o outro, foste-te embora!
Ai, ai, ai... isso não se faz! Deixaste-me sozinha, cega de prazer, na casa-de-banho?!
Ai, ai, ai... isso pensas tu! Só te posso desvendar que o prazer continuou, silenciosamente...

Ana
Uma delícia... e há mais em Atalhos e Atilhos
(imagem - "Kala as an Angel" - Emil Schildt)

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