31 de outubro de 2006

Já te gastaram o lápis dos bicos?

Vendo recargas :-)

Continuo a receber mensagens da malta que comprou a t-shirt «Faz-me um bico» (ou outras da minha colecção):

"O furor das t-shirts já começou! Logo na primeira noite que juntámos o pessoal todo foi a loucura... pode-se dizer que foi assim uma média de 6/7 bicos para cada um! Vamos
espalhar o furor aqui por Aveiro (estudamos todos cá). Portanto, se as encomendas aumentarem nos próximos tempos, queremos a nossa comissão!
João D."

Não estou a ver nada. Assim lá se vai (e não se vem) a vossa comissão...

"Olá! É o que dá fazer transferências na 6ª ao fim do dia... DÁ ASNEIRA! Eventualmente hás-de ir à tua conta e descobrir uma bela surpresa: UMA TRANSFERÊNCIA DE 1.664 €... basicamente foi um erro de vírgulas (estúpida, estúpida, estúpida). Devia ter sido 16,64 €... SÓ EU! Amanhã ou depois, quando tiveres a transferência efectivamente na tua conta, podes fazer-me a transferência de volta? Sim... PLEASE...
Marisa S."

Fui rica por umas horitas. Mas, por lapso meu, em vez de transferir o dinheiro para a minha conta poupança na Suiça, mandei-o para o teu NIB.
O Tiago V. mostra-se em todo o seu esplendor de sexy-morde-a-foca. Convida-nos a visitar a sua página no Hi5 e a ler os comentários à foto dele com a t-shirt.

Mas a mensagem que mais me sensibilizou é do Ricardo P., que me pediu para só a publicar hoje, dia de anos do namorado:
"Ainda não mostrei a t-shirt ao meu namorado. Foi para ele que comprei a segunda e é ele quem faz anos dia 31. Vou-me deixar cá de merdas e de omissões pois tu de certeza que não és daquele tipo de pessoas que julga esse tipo de situação, até porque gostamos realmente um do outro e nos dias que correm é muito dificil encontrar alguém que esteja disposto a empenhar-se verdadeiramente numa relação.
Bem, não vou falar aqui dos bicos que ele faz mas também me parece que vou escolher um dia que ele use a dele para usar a minha... heaven, não te parece?
São... sempre que precisares de alguém sem papas na lingua podes recorrer a mim. Sabes, depois de até aos meus pais ter contado deste namoro, deixei de me preocupar com o que desconhecidos possam pensar. Eu aceito esta condição sexual, o meu namorado aceita igualmente a dele e somos felizes desse modo.
Deixei de me recriminar e a única coisa que me sufocava era ter de mentir aos meus progenitores sobre o facto de estar com um homem. Como é óbvio não aceitam. Reagiram mal à notícia e fizeram um drama. Queriam tratar-me e fazer com que a minha mente deixasse de pensar nesta pessoa, que é o meu grande amor.
Foi aqui que sinto que se deu o ponto de viragem na minha vida. A pessoa que sempre concordou com tudo o que lhe era dito deixou de ser assim pois eu finquei pé e fiz questão de mostrar que aquilo não ia mudar e mesmo sendo bisexual não interessava nada.
Eles achavam que sendo bi tinham ainda esperança, sabes? Porque é que não estava com uma rapariga? Porque é que tinha de ser com um rapaz?... A resposta é simples: porque o amo, porque foi por ele que me apaixonei. Ganhei muita coragem para dizer coisas com uma decisão que muitas vezes desconhecia e ganhei paciência para ouvir muitas barbaridades e até coacções de quem sabes que te ama incondicionalmente como é o caso da mãe e do pai... mas é tudo uma fase que com o tempo irá melhorando.
Eu mudei a minha atitude e mantive-me sempre educado, cordial, prestável e tudo o mais que conseguisse para que vissem que o filho que tinham não tinha mudado em nada pelo facto de gostar de um homem. Pelo contrário, se eles não me fizessem frente e se opusessem nisso, eu poderia ser até melhor ainda pois não estaria em conflito, nem pessoal nem com eles.
Hoje continuam a não aceitar mas pelo menos já não há a intolerância, pois uma coisa importante é: depois de falado a primeira vez, não devemos recuar e sempre que estamos com a pessoa devemos dizer que estamos, não precisas de dizer que te vais encontrar e fazer amor... até porque isso é o que mudou... eles deixam as coisas andar mas sem quererem saber. Preferem não saber de detalhes e não ouvir telefonemas entre nós.
Eu aceito isso pois olhos que não vêem, coração que não sente. Eles andam normais e eu também, pois assim não há confrontos directos. Devem pensar que é como se fosse sair com os amigos mas é melhor assim, faz parte da evolução deles neste assunto.
Com o passar do tempo, uma coisa curiosa é que não estou tão certo assim da minha bisexualidade. Aliás, neste momento estando numa relação com um homem serei gay, como é óbvio... mas também não sei até que ponto isso não passará a ser uma condição definitiva... até porque... um amor como este que tenho não é como um amor de verão, este é para toda a vida. Seria capaz de dar a minha vida se fosse precisa para salvar a pessoa que amo e estarei disposto a tudo para que possamos ser felizes pois sei que ele estará também.
É uma relação onde ambos somos nós próprios e nos tentamos encaixar nas diferenças um do outro, convivendo com elas sem que elas colidam. Acredito em amor à primeira vista. Depois deste homem acredito sinceramente, pois eu apaixonei-me assim que o vi e estaria disposto a passar por todas as dificuldades e complicações da exposição da minha sexualidade às pessoas que me são próximas. Vale a pena pois o que nos amamos é superior a tudo isso.
Obrigado por entenderes e pela tua atenção no assunto.
Sabes que sempre que precisares de alguma coisa ou tiveres alguma dúvida perante um relacionamento homosexual, eu terei todo o prazer em falar contigo e expor a minha opinião, que sabes ser de um ponto de vista real pelo namoro que tenho.
Seja sobre o que for... estás à vontade pois eu sinto uma empatia por ti, pela tua maneira de ser e pelo modo como lidaste com este assunto. Afinal não é todos os dias que posso dizer sem receios que a minha princesa é, afinal, um príncipe encantado... e o meu é melhor do que isso pois o meu não é encanto, é realidade.
Um grande beijinho, São.
Ricardo P."

Aproveitem bem o vosso aniversário e se for preciso, já sabem: se os lápis se gastarem eu vendo recargas ;-)

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